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O papel essencial do farmacêutico no manejo da DPOC: foco no uso correto dos dispositivos inalatórios

DPOC
Imagem: IA

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma condição respiratória progressiva que afeta milhões de brasileiros, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade no país. Embora os avanços terapêuticos tenham proporcionado maior controle dos sintomas e melhora da qualidade de vida, a efetividade do tratamento depende diretamente de um fator muitas vezes negligenciado: o uso adequado dos dispositivos inalatórios.



Nesse contexto, o farmacêutico clínico assume um papel estratégico, indo muito além da dispensação. Ele atua como educador em saúde, facilitador do autocuidado e elo entre o paciente, a equipe multiprofissional e o tratamento proposto.


✅ Por que o uso correto dos inaladores é tão importante?


Os dispositivos inalatórios são a via de administração padrão no tratamento da DPOC, oferecendo ação direta nos pulmões com menor risco de efeitos sistêmicos. No entanto, estudos mostram que mais da metade dos pacientes com DPOC utilizam os inaladores de forma incorreta, o que compromete a eficácia terapêutica e contribui para o aumento de exacerbações, hospitalizações e custos com saúde.


Erros comuns:

  • Falta de coordenação entre acionamento e inspiração;

  • Inspiração fraca, curta ou mal sincronizada;

  • Não exalar o ar antes de inspirar;

  • Ausência do uso de espaçador quando necessário;

  • Não enxaguar a boca após corticoides inalatórios.

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A contribuição do farmacêutico


O farmacêutico pode transformar esse cenário por meio de ações como:


  • Educação prática e personalizada: ensinar o uso correto de inaladores com dispositivos demonstrativos;

  • Avaliação do paciente: considerar limitações motoras, cognitivas ou visuais;

  • Reavaliações frequentes: revisar a técnica a cada retorno do paciente;

  • Comunicação com a equipe médica: sugerir ajustes quando o dispositivo não se adequar ao perfil do paciente;

  • Promoção da adesão: esclarecer a importância do uso contínuo mesmo na ausência de sintomas.


Impacto clínico e humanização


Essa atuação impacta diretamente nos desfechos clínicos: redução de sintomas, melhora da função pulmonar, menos internações e melhor qualidade de vida. Além disso, promove autonomia, confiança e engajamento do paciente no seu próprio tratamento — pilares da humanização do cuidado.


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O farmacêutico pode contribuir significativamente para que pacientes com DPOC aprendam a utilizar corretamente essas formas farmacêuticas complexas, como os dispositivos inalatórios. Além disso, pode impactar positivamente na qualidade de vida, na melhora da função pulmonar e no controle dos sintomas da doença. A atuação farmacêutica pode reduzir a necessidade de serviços de saúde, as taxas de hospitalização, o uso de medicamentos de resgate e a frequência de sintomas noturnos relacionados à DPOC.


O Conselho Federal de Farmácia (CFF), inclusive, produziu uma série de materiais educativos sobre o uso correto dos dispositivos inalatórios voltados à asma, que também podem ser amplamente aproveitados na educação de pacientes com DPOC, visto que os desafios relacionados à técnica inalatória são comuns às duas condições.

CFF
CFF

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Referências


GOLD – Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease. Global Strategy for the Diagnosis, Management, and Prevention of COPD. 2024 Report. Disponível em: https://goldcopd.org/


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