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Foto do escritorProf. João Victor Laureano

Você utiliza Curva ABC para auxiliar na gestão de estoque da Farmácia Hospitalar?

Video com um exemplo de como calcular a curva ABC


A gestão de estoques em farmácias hospitalares é um desafio constante. O controle eficiente dos medicamentos, dispositivos e insumos é crucial para garantir a disponibilidade contínua de tratamentos essenciais aos pacientes, sem gerar excessos que comprometem o orçamento da instituição. Para otimizar esse processo, uma das ferramentas mais eficazes é a Curva ABC, que auxilia na categorização dos itens de estoque com base em sua importância relativa para o hospital. Vamos entender como essa abordagem pode transformar a gestão de estoques em farmácias hospitalares.


O que é a Curva ABC?


A Curva ABC é um conceito proveniente da Análise de Pareto, que sugere que, em muitos casos, 80% dos efeitos vêm de 20% das causas. No contexto de gestão de estoques, isso significa que uma pequena parte dos itens (geralmente 20%) representa a maior parte do valor ou da movimentação de estoque (cerca de 80%). Assim, os itens são classificados em três categorias:


  • A (itens de alta prioridade): São os itens mais importantes, responsáveis por grande parte do valor ou da movimentação do estoque. Embora sejam uma minoria, eles têm um impacto significativo e precisam de controle rigoroso para evitar rupturas de estoque, que podem prejudicar o atendimento dos pacientes.

  • B (itens de prioridade média): Representam uma quantidade moderada de itens e valor. Embora não sejam tão críticos quanto os da classe A, ainda assim requerem atenção para garantir a disponibilidade sem gerar excessos.

  • C (itens de baixa prioridade): São itens com baixo valor ou baixa movimentação. Embora sejam necessários em quantidades menores, não exigem o mesmo nível de controle rigoroso, mas ainda assim devem ser monitorados para evitar desperdícios.


Aplicando a Curva ABC na Farmácia Hospitalar


A implementação da Curva ABC na gestão de estoques de farmácia hospitalar permite uma distribuição mais eficiente de recursos, melhorando a acuracidade na reposição dos medicamentos e insumos. Aqui estão alguns passos práticos para sua aplicação:


  1. Classificação dos Itens: O primeiro passo é listar todos os itens de estoque e calcular a sua movimentação ou valor anual. A partir disso, os itens são classificados de acordo com a sua contribuição para o total de compras, movimentação ou consumo.

  2. Controle Rigoroso para os Itens da Classe A: Os itens classificados como A são os mais críticos, representando uma grande parte do custo ou da utilização do estoque. Exemplos podem incluir medicamentos de alto custo ou essenciais para o tratamento de doenças graves, como antibióticos de última linha, medicamentos para câncer, entre outros. Para esses itens, deve-se estabelecer um controle de estoque rigoroso, com pedidos frequentes e reposições rápidas.

  3. Monitoramento dos Itens da Classe B: Já os itens da classe B podem ser gerenciados com um nível de controle um pouco mais flexível, mas ainda exigem monitoramento constante para evitar rupturas de estoque. Esses itens têm uma utilização moderada e, geralmente, são mais baratos e menos críticos, mas continuam sendo importantes para o funcionamento do hospital.

  4. Simplificação dos Itens da Classe C: Os itens da classe C representam a maior parte do estoque em termos de quantidade, mas têm um impacto financeiro menor. Esses itens são geralmente de baixo custo e alta rotatividade. Embora não exijam um controle rigoroso, devem ser monitorados periodicamente para evitar o desperdício e garantir que não haja falta quando necessário.


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Benefícios da Curva ABC para a Farmácia Hospitalar


A aplicação da Curva ABC traz diversos benefícios para a gestão de estoques, especialmente no contexto hospitalar:


  • Redução de Custos: Com a classificação de itens, é possível concentrar os recursos nos itens mais importantes, evitando desperdícios e excessos no estoque.

  • Melhor Atendimento ao Paciente: Garantir que os medicamentos mais críticos estejam sempre disponíveis é fundamental para a continuidade do tratamento dos pacientes.

  • Otimização do Espaço de Armazenamento: Ao concentrar o controle sobre os itens de maior valor e importância, o espaço físico da farmácia pode ser melhor aproveitado, evitando a sobrecarga de estoque desnecessário.

  • Facilidade na Tomada de Decisão: Com a classificação dos itens, a tomada de decisão para compras e reposições torna-se mais clara e objetiva, baseando-se em dados reais de consumo e movimentação.


Desafios na Implementação


Embora a Curva ABC seja uma ferramenta poderosa, a sua implementação na farmácia hospitalar pode enfrentar alguns desafios, como:


  • Classificação Imprópria dos Itens: É fundamental realizar a análise de dados de maneira precisa para garantir que a classificação seja adequada. Qualquer erro pode resultar em falta de medicamentos essenciais ou excesso de itens de baixo valor.

  • Manutenção Contínua: A gestão de estoques é dinâmica e, portanto, é necessário revisar regularmente a classificação dos itens, especialmente em hospitais que lidam com uma grande diversidade de tratamentos e medicamentos.

  • Custo de Implementação: Em alguns casos, pode ser necessário investir em tecnologias para realizar a análise de estoque e implementar a Curva ABC de forma eficiente.


Conclusão


A Curva ABC é uma ferramenta estratégica poderosa na gestão de estoques de farmácia hospitalar. Ao aplicar essa metodologia, é possível otimizar a gestão dos medicamentos e insumos, garantindo que os itens mais críticos estejam sempre disponíveis, ao mesmo tempo em que se evitam desperdícios com itens de menor prioridade. Além disso, com uma abordagem bem planejada, é possível melhorar o controle do estoque, otimizar o espaço e reduzir custos, o que resulta em um atendimento mais eficiente e seguro aos pacientes.

Portanto, como farmacêuticos hospitalares, devemos adotar e adaptar a Curva ABC para o contexto específico de nossa instituição, buscando sempre a excelência na gestão dos estoques, para que possamos oferecer o melhor cuidado aos pacientes.


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REFERÊNCIAS 


Fishbein, S. R. S., Hink, T., Reske, K. A., Cass, C., Struttmann, E., Iqbal, Z. H., Seiler, S., Kwon, J. H., Burnham, C. A., Dantas, G., & Dubberke, E. R. (2021). Randomized Controlled Trial of Oral Vancomycin Treatment in Clostridioides difficile-Colonized Patients. mSphere, 6(1), e00936-20. https://doi.org/10.1128/mSphere.00936-20


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