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Do convencional ao inovador: saiba mais sobre o tratamento do Melanoma Avançado

Foto do escritor: Propósito Cursos e Pós-graduaçãoPropósito Cursos e Pós-graduação

Atualizado: 14 de jan.




A maioria dos casos de melanoma é apresentada em estágios iniciais, no momento em que a remoção cirúrgica pode oferecer chances significativas de cura. Contudo, há situações em que os pacientes apresentam doença em estágio ou desenvolvem metástases avançadas após o tratamento inicial, exigindo abordagens mais complexas. O avanço da ciência e, em específico, das pesquisas clínicas contribuíram para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas, como a imunoterapia com inibidores de pontos de controle imunológico. Esses agentes incluem os inibidores de PD-1 e os inibidores de CTLA-4, que revolucionaram o manejo da doença ao estimular o sistema imunológico a combater as células tumorais. Além disso, terapias-alvo, como os inibidores de BRAF combinados com inibidores de MEK, também oferecem opções terapêuticas para pacientes com mutações específicas, ampliando as perspectivas de tratamento. Sendo assim, no caso do Melanoma Irressecável ou Avançado, quais as alternativas disponíveis?


Como é feita a avaliação e escolha do tratamento para melanoma metastático?

Antes de iniciar o tratamento do melanoma metastático, é essencial uma avaliação detalhada para determinar a extensão da doença, dado o risco elevado de metástases ocultas. Isso envolve confirmação patológica, exames de imagem como TC, PET-TC e RM, além da dosagem de LDH para estadiamento. A análise molecular do tumor deve ser realizada rapidamente para identificação de mutações driver, especialmente BRAF V600. Quando ausente, o sequenciamento genômico pode revelar outras alterações tratáveis. Em tumores acrais ou mucosas sem mutação BRAF, é importante investigar fusões nos genes KIT ou TRK para orientar a terapêutica.



Confira o trecho de uma das aulas que a Dra. Laura Alegria, professora da pós de Farmácia Oncológica da Propósito Cursos, abordou sobre o tratamento do Melanoma👇




Como se comporta a terapia adjuvante e neoadjuvante no tratamento do melanoma?

A terapia adjuvante é amplamente utilizada para pacientes com alto risco de recorrência após a cirurgia inicial do melanoma, buscando prevenir a reativação tumoral. Da mesma forma, no contexto neoadjuvante, essa abordagem é oferecida a pacientes selecionados com doença avançada antes da cirurgia definitiva. Os imunoterápicos e terapias direcionadas desempenham um papel essencial nesse cenário. Inibidores de PD-1, como pembrolizumabe e nivolumabe, estimulam a resposta imunológica ao bloquear a interação entre PD-1 e seus ligantes, promovendo a ativação dos linfócitos T contra células tumorais. Esses medicamentos possuem perfil farmacocinético favorável, com meia vida longa que permite administração a cada duas a quatro semanas. A farmacocinética de nivolumabe, por exemplo, revela absorção rápida e distribuição ampla nos tecidos, com depuração influenciada por fatores como peso corporal e estado funcional do paciente. No entanto, o custo elevado e a necessidade de infusões intravenosas regulares podem ser considerados inconvenientes nessa jornada. Como a imunoterapia inicial beneficia pacientes com mutações BRAF V600?

A imunoterapia também é uma estratégia preferida para pacientes com lesões no gene BRAF V600, pois proporciona benefícios significativos na sobrevida global e na progressão livre da doença. O uso combinado de nivolumabe e ipilimumabe, por exemplo, intensifica a resposta imunológica ao inibir simultaneamente os pontos de verificação PD-1 e CTLA-4. Embora essa combinação seja eficaz, o perfil de toxicidades imunomediadas é mais elevado, exigindo monitoramento rigoroso. Ainda assim, a terapia se mostra mais efetiva quando utilizada como tratamento inicial, havendo uma resposta limitada quando após falha de inibidores de BRAF.

No contexto da mutação BRAF V600 positiva , a combinação de encorafenibe e binimetinibe pode ser uma opção relevante, especialmente para pacientes que não respondem ou têm contraindicações ao uso de imunoterapia. Esses medicamentos são de forma sinérgica, inibindo as vias de sinalização envolvidas no crescimento tumoral, com um perfil de eficácia bem documentado em ensaios clínicos. A farmacocinética de ambos os agentes, administrados por via oral, facilita a adesão ao tratamento, mas a combinação pode ser associada a efeitos adversos, como erupção cutânea e distúrbios gastrointestinais. Essa abordagem, embora eficaz, deve ser cuidadosamente monitorada para melhorar os resultados terapêuticos e minimizar os riscos.


Quais são as alternativas terapêuticas para lesões não relacionadas ao BRAF no melanoma?

Alterações moleculares não relacionadas ao BRAF, como mutações NRAS e fusões TRK, representam desafios terapêuticos adicionais. Em tais casos, terapias específicas podem ser específicas, dependendo da mutação específica. Ensaios clínicos em andamento buscam determinar a eficácia de novas estratégias terapêuticas a longo prazo. Para fusões TRK, por exemplo, larotrectinibe e entrectinibe apresentam resultados promissores mostrados, bloqueando a sinalização oncogênica em células tumorais. A farmacocinética favorece esses agentes e a administração oral confere maior conveniência ao paciente, expandindo o arsenal terapêutico no combate ao melanoma metastático.


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REFERÊNCIAS 


UPTODATE. Overview of the management of advanced cutaneous melanoma. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/overview-of-the-management-of-advanced-cutaneous-melanoma


COLUMBUS 7-year update: A randomized, open-label, phase III trial of encorafenib plus binimetinib versus vemurafenib or encorafenib in patients with BRAF V600E/K-mutant melanoma. Eur J Cancer. 2024 Jun;204:114073. doi: 10.1016/j.ejca.2024.114073. Epub 2024 Apr 24. PMID: 38723373.

 

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