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Intervenção Farmacêutica na Prática: Como o Conhecimento Clínico Mudou o Desfecho de um Paciente

Intervenção Farmacêutica

A atuação do farmacêutico clínico vem ganhando cada vez mais reconhecimento dentro do ambiente hospitalar. Longe de se restringir à logística e distribuição de medicamentos, o profissional tem papel essencial na promoção da segurança do paciente, prevenção de eventos adversos e otimização da farmacoterapia. Neste artigo, vamos explorar um caso real de intervenção farmacêutica que foi decisiva para a recuperação de um paciente.


O caso


Um paciente masculino, 68 anos, portador de insuficiência cardíaca congestiva e doença renal crônica estágios 3B, foi internado na enfermaria com quadro de dispneia, edema de membros inferiores e ganho de peso nos últimos dias. Após avaliação clínica, foi iniciado tratamento com furosemida endovenosa em dose de 40 mg a cada 12 horas, além da manutenção de IECA e betabloqueador de uso habitual do paciente.


No terceiro dia de internação, o paciente apresentou episódios de tontura, hipopotassemia importante (K+ = 2,9 mEq/L) e aumento de creatinina (de 2,1 para 2,8 mg/dL). A equipe médica cogitou suspender os IECA e manter o diurético para controle da sobrecarga hídrica.


A intervenção farmacêutica


Durante a visita multiprofissional, o farmacêutico clínico identificou o risco de descompensação hemodinâmica com a retirada dos IECA, fundamentais no tratamento da insuficiência cardíaca. Após revisar o prontuário e os exames laboratoriais, sugeriu as seguintes ações:


  1. Redução da dose de furosemida para 20 mg a cada 12 horas;

  2. Introdução de suplementação oral de potássio;

  3. Monitoramento mais frequente da função renal e eletrólitos;

  4. Manutenção do IECA com reavaliação clínica em 24 horas.


A equipe assistencial acatou as sugestões e, após 48 horas, o paciente apresentou melhora significativa dos sintomas, com regressão do edema, potássio dentro da normalidade e estabilização da função renal. O IECA foi mantido, preservando o benefício cardiorrenal a longo prazo.


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💊 Box: Racional Farmacológico da Intervenção


❌ Por que suspeitar da furosemida?

  • ⚠️ A furosemida, um diurético de alça, pode causar hipovolemia, hipopotassemia e aumento de creatinina em uso excessivo.

  • 📊 Em pacientes com DRC, como no caso, esses efeitos adversos são mais frequentes.

  • ⚕️ Os sintomas apresentados (tontura, hipocalemia, piora da função renal) sugerem que a dose estava excessiva.


✔️ Por que manter o IECA?

  • ❤️ IECA reduz mortalidade e hospitalizações em pacientes com insuficiência cardíaca.

  • 📈 A retirada pode piorar o prognóstico, mesmo com leve aumento transitório da creatinina.

  • 🔗 Ao ajustar o diurético e corrigir eletrólitos, é possível manter os IECA com segurança.


🔒 Base em Diretrizes:

  • A conduta está alinhada com as Diretrizes da AHA (American Heart Association) e ESC (European Society of Cardiology), que recomendam manter o IECA sempre que possível.


Impacto da intervenção


A atuação do farmacêutico evitou uma conduta que poderia comprometer o prognóstico do paciente. Esse caso demonstra como o conhecimento farmacológico aplicado à prática clínica é essencial para tomadas de decisão mais seguras e eficazes.


Por que investir em formação clínica?


Casos como esse reforçam a importância da formação especializada em farmácia clínica e hospitalar. O farmacêutico que domina os fundamentos da farmacoterapia, farmacocinética, interações medicamentosas e protocolos assistenciais está apto a atuar em equipes multiprofissionais, sendo protagonista na jornada de recuperação dos pacientes.

Se você é farmacêutico e deseja ampliar seu impacto na vida dos pacientes, considere investir em uma pós-graduação que prepare você para os desafios da prática clínica. O futuro da farmácia está no cuidado direto e inteligente.


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REFERÊNCIAS 


1. McDonagh TA, Metra M, Adamo M, et al. ESC Guidelines for the diagnosis and treatment of acute and chronic heart failure. European Heart Journal. 2021;42(36):3599–3726.



2. Heidenreich PA, Bozkurt B, Aguilar D, et al. AHA/ACC/HFSA Guideline for the Management of Heart Failure. Journal of the American College of Cardiology. 2022;79(17):e263–e421.


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