Como priorizar os pacientes para realizar o seguimento farmacoterapêutico?
- Propósito Cursos e Pós-graduação
- 25 de jun. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 2 de jul. de 2024

Em um contexto clínico hospitalar em que há uma grande quantidade de pacientes que utilizam, em sua maioria, múltiplos medicamentos, enfrentamos dificuldades para racionalizar o processo de monitorização farmacoterapêutica e selecionar aqueles pacientes que apresentam maior risco de sofrer com problemas relacionados a medicamentos.
Dessa forma, foram criadas escalas de riscos para facilitar a escolha de pacientes que requerem maior atenção e monitoramento farmacêutico. Aqui, vamos enfatizar a escala de risco de Martinbiancho.
Essa escala classifica os pacientes de acordo com o risco atribuído à idade, farmacoterapia estabelecida (incluindo aqui possíveis vias de administração de medicamentos) e alguns problemas de base que podem surgir, como problemas cardiopulmonares, renal, hepáticos e imunológicos (pacientes imunocomprometidos, por exemplo). Dessa maneira, essa escala se organiza da seguinte forma:

Com base nos critérios e sua pontuação, podemos ter um somatório final que vai enquadrar nosso paciente em algumas classificações de risco, como:
Somatório ≥ 9 (Alto risco): pacientes com fatores de risco elevado, necessitando de prioridade no acompanhamento.
Somatório entre 5 e 8 (Risco moderado): pacientes intermediários, requerendo monitoramento, mas não de caráter emergencial.
Somatório ≤ 4 (Baixo risco): Pacientes que devem ser apenas observados e monitorados.
Para aprofundar ainda mais a aplicação deste instrumento, alguns pontos podem ser discutidos, por exemplo, podemos considerar todos os medicamentos intravenosos que o paciente usa? O que aqui seria considerado como um medicamento potencialmente perigoso?
Ao analisarmos o texto original, percebemos que os autores não incluíram como risco os medicamentos intravenosos paracetamol, dipirona e metoclopramida, o que significa que eles não participaram do processo de validação do documento. Em relação aos medicamentos potencialmente perigosos, o ISMP define-os como: medicamentos de alta vigilância que possuem uma alta capacidade de causar danos ao paciente, quando utilizados de forma incorreta ou indevida. A seguir, apresentamos alguns medicamentos que foram considerados no processo de validação deste instrumento:
Além desses medicamentos considerados pelos autores do estudo, vale apena conferir a lista do ISMP que aborda demais medicamentos considerados perigosos (https://www.ismp-brasil.org/site/wp-content/uploads/2022/09/MEDICAMENTOS-POTENCIALMENTE-PERIGOSOS-LISTAS-ATUALIZADAS-2022.pdf).
Dessa forma, o objetivo deste texto é demonstrar que existem técnicas que permitem racionalizar o direcionamento do seguimento farmacoterapêutico. É sabido que, em muitos casos, o farmacêutico ainda enfrenta dificuldades no início da jornada da farmácia clínica, dada a quantidade de pacientes, a variedade de medicamentos, as patologias distintas e, na maioria das vezes, não há um suporte adequado para o desenvolvimento do trabalho.
O nosso objetivo é capacitar, guiar e fortalecer farmacêuticos clínicos e hospitalares, de forma a tornar a jornada mais leve e aumentar o reconhecimento profissional.
Referências:
MARTINBIANCHO, Jacqueline K. et al. Development of risk score to hospitalized patients for clinical pharmacy rationalization in a high complexity hospital. Lat Am J Pharm, v. 30, n. 7, p. 1342-7, 2011.
DOS SANTOS, Luciana; TORRIANI, Mayde S.; BARROS, Elvino. Medicamentos na prática da farmácia clínica. Artmed Editora, 2013.
MEDICAMENTOS POTENCIALMENTE PERIGOSOS DE USO AMBULATORIAL E PARA INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA -LISTAS ATUALIZADAS 2022. Disponível em: <https://www.ismp-brasil.org/site/wp-content/uploads/2022/09/MEDICAMENTOS-POTENCIALMENTE-PERIGOSOS-LISTAS-ATUALIZADAS-2022.pdf>.
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